O amor ao próximo como a si mesmo buscando cultivar as
virtudes cristicas de forma verdadeira e incondicional refletindo diretamente o
amor do próprio Criador. “(Hermes)
Este é o primeiro alicerce do Universalismo Crístico e
talvez um dos poucos pontos de convergência entre todas as religiões. Aqui não
há discordâncias, não há desavenças. Mas como cultivar esse amor ao próximo? Tarefa difícil, dada a nossa imperfeição. Utilizemos, então,
algumas das ferramentas que já nos foram oferecidas, enquanto humanidade, para
a sua compreensão.
Um ponto importante diz respeito a não fazer aos nossos
irmãos o que não gostaríamos que nos fosse feito. Assumir aqui uma posição
altruísta, de nos colocarmos no lugar do outro com quem estamos lidando e
verificar como nos sentiríamos em determinada situação. Se não gosto de ser
tratado(a) de forma grosseira ou ríspida, não posso querer oferecer isso aos
meus irmãos. Porém, há que se tomar certo cuidado aqui, para não cair no erro
de pensar que o que é importante para mim também o é para meus irmãos. Cada um
trilha caminhos distintos, em momentos distintos e isso precisa ser respeitado.
Com uma atitude de amor não se impõe ao outro aquilo que se crê ter sido
importante para sua vida, mas busca-se avaliar o que será importante para
aquela pessoa, naquele momento. É uma questão de respeito à diferença. E aqui
retorna-se ao ponto inicial. Se gosto de ser respeitado(a), inclusive em minhas
diferenças, devo oferecer respeito. “Com os bons faço o bem. Com os que não são
bons faço o bem também. Adquirindo o bem” (Lao Tse, Tao Te Ching)
Em um segundo ponto é possível observar que muitas vezes
confundimos amor com paixão ou com apego. É preciso reavaliar isso. O amor não
espera nada em troca, é pura doação. É algo sublime, sutil. Dizemos amar quem também nos ama. Muitas vezes isso é apenas
apego e se a pessoa nos decepciona de alguma forma, isso cria uma ferida e
muitas vezes nos faz alimentar emoções mais pesadas. É dito que o amor e o ódio
são muito próximos, mas não são. O ódio se aproxima do apego, ou do desejo,
quando a falta se faz presente. Querer alguém próximo, junto a você é apego.
Precisamos aprender a amar a todos, indistintamente.
É preciso compreender que amor não é uma emoção, mas um
sentimento. E para se sintonizar com esse sentimento é necessário atingir certo
grau de vibração. O ódio, a raiva e mesmo o apego são formas de energia
densas. Em sintonia com elas sentimos o seu peso e somos muitas vezes assolados
pelo medo. Aqui entramos em um complicado ciclo. Criamos uma rede de
negatividade. Recebemos daqueles que estão a nossa volta atitudes violentas, de
desrespeito, de desamor e acabamos respondendo da mesma forma, recebendo de
volta mais ódio. Assim entramos em um ciclo que só terá fim no momento em que
tomarmos uma atitude para isso. E que atitude seria essa? Oferecer
incondicionalmente o amor e o perdão. “Se qualquer te bater na face direita,
oferece-lhe também a outra;(...) Amai a vossos inimigos, bendizei os que
vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e
vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Mateus
5:39/44) Tamanha é a beleza desse ensinamento! Mas não nos iludamos.
Grande também é a dificuldade em colocá-lo em prática. Para isso precisamos
atingir uma vibração que nos possibilite estar em sintonia com a energia sutil do
amor. Mas como faremos isso?
Observemos aqueles que conseguiram ou conseguem estar nessa
vibração e sigamos seus exemplos.
Os momentos de oração ou prece são importantes, pois nos
possibilitam uma conexão com o Divino através de nossa gratidão ou de nossos
anseios. Os momentos de meditação talvez sejam ainda mais importantes, pois
permitem nos abrirmos para receber a energia divina, a energia cósmica.
Permitem-nos silenciar nossos egos - que facilmente se ferem e criam um padrão
de resposta - e entrar em contato com nosso Eu Superior. A partir disso fica
mais fácil criarmos atitudes de amor e respeito para com nosso planeta e todos
os seres que nele habitam, nossos companheiros de jornada:, irmãos humanos,
animais e vegetais. E também para com os nossos irmãos de outras dimensões.
Passaremos a enxergar e admirar a beleza do mundo a nossa volta. A delicadeza de
uma flor poderá nos levar a um estado meditativo e a vibrar amor!
É um exercício diário. Devemos nos manter vigilantes e não
deixarmos nossa vibração diminuir, para não deixar emoções mais pesadas tomarem
conta de nosso ser ou, pelo menos, para podermos observar o momento em que
escorregamos e com isso poder retornar ao amor. Devemos ter humildade para
poder observar nossas falhas, para entender a nossa imperfeição e com isso
poder buscar o caminho de nossa evolução. “Sede vigilantes, permanecei firmes
na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos atos sejam
feitos com amor.” (1 Coríntios 16.13-14)
Lembremo-nos: amor não é emoção. A emoção é algo
inconstante. O amor deve ser um estado de seu ser. Mantendo-se vigilante,
cultivando as virtudes crísticas e silenciando o ego é possível manter
constante a vibração de amor. E o melhor: ele é contagioso! Cultive o amor em
você e o irradie aos seus companheiros de jornada! [UCNF]
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