segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Harmonize-se com o Todo

Há indícios de que no Antigo Egito não havia distinção entre ciência, religião e filosofia.  Com o tempo tal distinção começou a ser feita e a ser naturalizada a tal ponto que hoje nos parece algo inconcebível a ideia de que pode haver intercâmbios.
 
Na ciência atual cada estudo é extremamente minucioso. Busca-se compreender o máximo de algo, no estudo do micro, da partícula. Com isso ganhamos especialidades e distinções. Vivemos numa sociedade de cardiologistas, neurologistas, ortopedistas, psicólogos, biólogos, atores, pintores, protestantes, espíritas, católicos, professores, alunos... Cada um devendo desempenhar sua função de acordo com o que é estabelecido.
 
Esse caminho percorrido possibilitou avanços incríveis. Muito conhecimento foi desenvolvido, muitos estudos foram e continuam sendo feitos, possibilitando formas avançadas de tratamentos e desenvolvimento tecnológico. Por outro lado estamos deixando escapar a percepção do todo e da pluralidade de cada ser.
 

Uma pessoa não é um coração mais um cérebro e um conjunto de ossos empilhados. Todos os órgãos, todas as células, trabalham em conjunto, são interdependentes. Para ter qualidade de vida é necessário que todos estejam funcionando adequadamente e em harmonia. Porém, como nos falta essa ideia do todo, nos medicamos a fim de combater um mal, nos drogamos com os mais diversos fármacos e criamos outros males. Cuidamos do coração e destruímos o sistema digestivo. Não há harmonia, não há equilíbrio. Não temos ideia de que nossos órgãos são interdependentes em sua constituição e funcionamento. Nos “curamos” e nos “matamos” ao mesmo tempo.
 
Se observarmos um pouco mais além, poderemos chegar a uma compreensão similar em relação ao planeta: somos todos partículas que o constituem. Cada ser vivo, cada mineral, cada substância tem a sua importância na manutenção do equilíbrio do planeta. A medicina se desenvolveu durante muito tempo com base em sacrifícios humanos e animais. Será que não é o momento de investirmos em formas alternativas para preservar a integridade desse conjunto?
 
Precisamos compreender que cada um é partícula e, ao mesmo tempo, é o todo. Os átomos são um microcosmo que vão compondo formas de vida e também são uma espécie de reprodução do macrocosmo. Os avanços da ciência já nos mostram que a forma harmônica como as coisas deveriam funcionar é muito parecida, tanto para os níveis micro quanto macro. Se já chegamos a um estudo do micro, se compreendemos a importância do bom funcionamento de cada estrutura celular para que a célula não se torne um câncer, compreendamos a importância de cada um de nós nesse ciclo em que estamos inseridos. E percebamos que os títulos que carregamos durante essa vida não terão muita importância se não nos mantivermos em harmonia.
 
Desenvolvamos a consciência de deixar de lado essa relação exploratória com o planeta. Cultivemos o equilíbrio. Cada mineral, vegetal e animal têm a sua importância. Já passou da hora de respeitarmos nosso lar, de respeitarmos tudo o que está a nossa volta. É o equilíbrio, a harmonia e o amor entre todos os seres que poderá nos proporcionar qualidade de vida. As atitudes egoístas, de acúmulo material e de desrespeito à vida são disfunções nas células que somos nós. Envenenamos a nós mesmos e refletimos isso para o planeta, nessa relação de interdependência em que estamos todos. E o mesmo vale para nossa relação com nossos irmãos humanos. Estamos no mesmo barco! Será que o planeta está precisando de uma quimioterapia?
 
A parte não existe sem o todo e o todo não existe sem a parte. Amplie sua consciência e harmonize-se!
 
Por UCNF

Um comentário:

  1. É uma explanação muito bonita,solidariedade e amor a tudo. Só nos resta mudar-mos esta relação de Mercado p/ que as escolas possam educar sem o egoísmo prevalente.
    Amor e Paz

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