Há indícios de que no Antigo Egito não havia distinção entre
ciência, religião e filosofia. Com o tempo tal distinção começou a ser
feita e a ser naturalizada a tal ponto que hoje nos parece algo inconcebível a
ideia de que pode haver intercâmbios.
Na ciência atual cada estudo é
extremamente minucioso. Busca-se compreender o máximo de algo, no estudo do
micro, da partícula. Com isso ganhamos especialidades e distinções. Vivemos
numa sociedade de cardiologistas, neurologistas, ortopedistas, psicólogos,
biólogos, atores, pintores, protestantes, espíritas, católicos, professores,
alunos... Cada um devendo desempenhar sua função de acordo com o que é
estabelecido.
Esse caminho percorrido possibilitou avanços incríveis. Muito
conhecimento foi desenvolvido, muitos estudos foram e continuam sendo feitos, possibilitando
formas avançadas de tratamentos e desenvolvimento tecnológico. Por outro lado
estamos deixando escapar a percepção do todo e da pluralidade de cada ser.
Uma pessoa não é um coração mais um cérebro e um conjunto de
ossos empilhados. Todos os órgãos, todas as células, trabalham em conjunto, são
interdependentes. Para ter qualidade de vida é necessário que todos estejam
funcionando adequadamente e em harmonia. Porém, como nos falta essa ideia do
todo, nos medicamos a fim de combater um mal, nos drogamos com os mais diversos
fármacos e criamos outros males. Cuidamos do coração e destruímos o sistema
digestivo. Não há harmonia, não há equilíbrio. Não temos ideia de que nossos
órgãos são interdependentes em sua constituição e funcionamento. Nos “curamos”
e nos “matamos” ao mesmo tempo.
Se observarmos um pouco mais além, poderemos chegar a uma
compreensão similar em relação ao planeta: somos todos partículas que o constituem.
Cada ser vivo, cada mineral, cada substância tem a sua importância na
manutenção do equilíbrio do planeta. A medicina se desenvolveu durante muito tempo
com base em sacrifícios humanos e animais. Será que não é o momento de
investirmos em formas alternativas para preservar a integridade desse conjunto?
Precisamos compreender que cada um é partícula e, ao mesmo
tempo, é o todo. Os átomos são um microcosmo que vão compondo formas de vida e
também são uma espécie de reprodução do macrocosmo. Os avanços da ciência já
nos mostram que a forma harmônica como as coisas deveriam funcionar é muito
parecida, tanto para os níveis micro quanto macro. Se já chegamos a um estudo
do micro, se compreendemos a importância do bom funcionamento de cada estrutura
celular para que a célula não se torne um câncer, compreendamos a importância
de cada um de nós nesse ciclo em que estamos inseridos. E percebamos que os
títulos que carregamos durante essa vida não terão muita importância se não nos
mantivermos em harmonia.
Desenvolvamos a consciência de deixar de lado essa relação
exploratória com o planeta. Cultivemos o equilíbrio. Cada mineral, vegetal e
animal têm a sua importância. Já passou da hora de respeitarmos nosso lar, de
respeitarmos tudo o que está a nossa volta. É o equilíbrio, a harmonia e o amor
entre todos os seres que poderá nos proporcionar qualidade de vida. As atitudes
egoístas, de acúmulo material e de desrespeito à vida são disfunções nas células
que somos nós. Envenenamos a nós mesmos e refletimos isso para o planeta, nessa
relação de interdependência em que estamos todos. E o mesmo vale para nossa
relação com nossos irmãos humanos. Estamos no mesmo barco! Será que o planeta
está precisando de uma quimioterapia?
A parte não existe sem o todo e o todo não existe sem a parte.
Amplie sua consciência e harmonize-se!
Por UCNF
É uma explanação muito bonita,solidariedade e amor a tudo. Só nos resta mudar-mos esta relação de Mercado p/ que as escolas possam educar sem o egoísmo prevalente.
ResponderExcluirAmor e Paz