Há tanto sofrimento neste mundo... Por vezes me pego tecendo
questionamentos a respeito de tudo isso que vemos acontecer a nossa volta e
também ao que acontece com nós mesmos e a forma como nos posicionamos. Talvez
falte a muitos um entendimento para lidar com situações por vezes tão difíceis:
o sofrimento não é um castigo, mas uma escolha. E isso pode ser desdobrado em
diversos aspectos.
O primeiro é a escolha em tomar certas atitudes. Se para
toda ação há uma reação, se colhemos aquilo que plantamos, há de se ter
consciência das consequências de nossas ações. Tendo isso em mente, não resta
muito do que se queixar. O que vivemos hoje é fruto do que somos, do que
pensamos e da forma como agimos. E aqui entra uma segunda questão: quando se
tratam de questões cármicas temos muitas vezes a oportunidade de escolher como
as resgataremos. Formas muito difíceis podem representar resgates mais rápidos
ou eficazes. Embora não nos lembremos, fizemos algumas escolhas, anteriores ao
nosso encarne. Na nossa família, por exemplo, podem se encontrar nossos carmas
mais pesados. Escolhemos fazer parte dela! Cabe-nos o discernimento para
transmutar relações negativas, estar atento para não reagir a elas, agindo no
sentido de desvencilhamento e produção de amor. E eis aqui mais uma escolha: a
de por fim a estas questões.
Outra escolha, um tanto mais delicada, que pode nos soar de
forma estranha, é aquela que diz respeito ao próprio sofrer. Existem diversas
formas de se encarar uma situação complicada: podemos utilizá-la para tecer
questionamentos acerca de nós mesmos e de nossa postura, tendo a humildade de
observar em que somos falhos, com amor a nós mesmos e sem julgamentos, e
avaliando se é possível promover alguma mudança; podemos sublimar, fazer arte,
criar a partir de tal situação; ou podemos nos vitimizar, nos deixar levar por
intensa dor, questionando-nos de “por que estamos vivendo isso”. Esta última de
certo não é a mais saudável, mas talvez seja a nossa escolha preferida. De
certa forma temos ganhos com esta postura, nos sentimos mais ouvidos, mais
amados... Utilizamos esta postura para manter próximos aqueles de quem
gostamos, que acabam se aproximando por pena ou culpa. Atitudes que evidenciam
apenas o apego. Quando, porém, conseguimos nos afastar dessa vitimização a que
nos submetemos e adotar outras posturas, agimos com mais sabedoria, atentos ao
que realmente somos, sem máscaras. Desta forma podemos traçar nosso caminho
evolutivo de forma mais consciente.
Mas e quando escolhemos por fim às questões que nos causam
sofrimento? De acordo com os ensinamentos do budismo tibetano, samsara é a
continua repetição de nascimento e morte, desde o passado até o presente e o
futuro, através dos seis ilusórios reinos: Inferno, dos Fantasmas Famintos, dos
Animais, Asura ou Demônios Belicosos, Ser Humano, dos Deuses e da
Bem-Aventurança. Dependendo do nosso karma poderemos nos encontrar nos reinos
inferiores ou superiores, mas continuar dentro da roda. Samsara é tudo aquilo
que nos ata a vida material, é um padrão repleto de medos e expectativas, de
ódio e desejo, de amarras e ilusões. O grande objetivo do homem deve ser
escapar dessa realidade.
“No reino de samsara pode haver muitos tipos de experiências e formas de ser, várias delas sedutoras. No entanto, para o budismo, todas estão condenadas ao sofrimento. Não existe alívio que perdure, nem promessa de felicidade que seja cumprida.(...) Aceitar que a vida é feita de perdas e separações é o primeiro passo para encontrar a harmonia. O segundo é não projetar a felicidade externamente, seja em pessoas, bens, sonhos ou ideais. Segundo a doutrina budista, a felicidade está bem mais perto do que se espera: dentro de você.” (SAMSARA, A RODA DA VIDA, disponível em www.triada.com.br).
“No reino de samsara pode haver muitos tipos de experiências e formas de ser, várias delas sedutoras. No entanto, para o budismo, todas estão condenadas ao sofrimento. Não existe alívio que perdure, nem promessa de felicidade que seja cumprida.(...) Aceitar que a vida é feita de perdas e separações é o primeiro passo para encontrar a harmonia. O segundo é não projetar a felicidade externamente, seja em pessoas, bens, sonhos ou ideais. Segundo a doutrina budista, a felicidade está bem mais perto do que se espera: dentro de você.” (SAMSARA, A RODA DA VIDA, disponível em www.triada.com.br).
Aqui a escolha diz
respeito a lidar com a vida de forma diferente da habitual, a viver de maneira
mais sábia. Quando conseguimos abandonar essa roda de transmigração, adquirindo
a perfeita sabedoria, nos iluminando, então nos desvencilhamos do sofrimento.
Segundo a lei natural do Universo, todos os seres alcançarão este estado, mesmo
que isso leve um tempo incalculável – e muitas e muitas voltas na roda de samsara – para acontecer.
Todos nós já fizemos
muitas destas escolhas, já vivemos situações diversas, e todas foram
importantes para nossa constituição enquanto ser. Já tivemos muitas
experiências que contribuiram para que nos tornemos quem somos hoje. Cabe agora
somente avaliar para quais escolhas o momento atual está propício. Faça as
suas!
UCNF
Ótima mensagem..
ResponderExcluirClarear a mente daqueles que se revoltam com sua condição, sem tentar revertê-la é uma tarefa das mais complicadas... porém sempre devemos tentar fazer alguém mais pleno da luz universal e mais próximo das mensagens dos mestre Ascensionados... bjss..