Na atualidade muitos de
nós estamos vivendo profundas transformações interiores, as quais ocorrem
simultaneamente às mudanças que estão ocorrendo na sociedade mundial. Os
avanços tecnológicos, as conquistas no campo dos direitos humanos e dos animais
e a luta contra a corrupção e a tirania em todas as partes do globo são uma
prova evidente de que vivemos um momento ímpar na história da humanidade. Em
muitos momentos da história, tanto a oficialmente conhecida quanto a
desconhecida, povos e nações realizaram avanços pontuais, cada qual
contribuindo para solidificar nas personalidades de seus integrantes uma porção
a mais de energia e de aumento na percepção da realidade da vida cósmica em que
estão imersos. Mesmo sem saber conscientemente, esses avanços infundem em seus
espíritos imortais conceitos que passam a carregar consigo por toda a
eternidade e, consequentemente, em cada experiência na matéria um pouco desse
conhecimento é trazido à tona, contribuindo para esse crescimento e aumento da
complexidade das relações que caracterizam, mais do que em qualquer outro
tempo, a humanidade a qual pertencemos.
No entanto, muitas conquistas
ainda se fazem necessárias nos dias de hoje para que possamos fazer dessa
aquisição de conhecimento, derivado das muitas experiências anteriores, sabedoria
para transformar a realidade de sofrimento na qual grande parte dos seres
humanos ainda vive em um mundo de paz e justiça permanentes. Somente com o
objetivo de trazer a dignidade humana e o bem-estar a toda humanidade pode-se
justificar todo o emprego de tempo, energia e recursos naturais nas mais
diversas atividades realizadas pelo homem. Aos poucos vemos que mais e mais
consciências despertam para a realidade espiritual e por isso se tornam focos
de luz em meio à escuridão ainda predominante. Essas consciências já vieram a
esse plano com o objetivo de acelerar o aumento das conquistas para que essa
realidade de luz se estabeleça definitivamente, preparando o campo para as novas
gerações que consolidarão o novo mundo baseado em relações de liberdade,
igualdade e fraternidade, conceitos já bastante conhecidos desde à Revolução
Francesa.
O campo de luta dessas
transformações abrange todas as áreas do conhecimento, seja científica,
artística ou espiritual, abordagem essa meramente didática enquanto esses temas
ainda são tratados como temas separados devido à limitação da compreensão
humana da realidade cósmica holística. Por uma observação que não necessita
tanto rigor, visto saltar aos olhos, constata-se que as conquistas científicas
avançaram muito mais rapidamente que o desenvolvimento espiritual da
humanidade. Isso resultou em um mundo voltado para valores artificiais e mudou
o foco das consciências da busca interior da felicidade, calcada no ser, para a
busca da satisfação interna em objetos materiais, transitórios, calcada no ter.
Essa conformação se iniciou no Ocidente e, mais recentemente, passou a dominar
o consciente coletivo do Oriente, apesar de que com características e
intensidades diferentes em cada um dos hemisférios.
Era evidente que essa situação
não poderia se sustentar por muito tempo, haja vista a intensa degradação não
só das energias e dos relacionamentos humanos quanto da própria natureza, que
fornece as condições de habitabilidade na superfície do planeta. Quando o processo
de aquisição de bens materiais se torna excessivo devido à busca constante de
satisfação interna através deles, situação que obviamente se torna um poço sem
fundo, cria-se uma conjuntura de exaurimento na interface entre o reino humano
e os demais, provocando um desequilíbrio ambiental tal qual vemos na
atualidade. De mesma forma, o processo de satisfação das necessidades do ego
esgota os relacionamentos interpessoais, incitando o cultivo de sentimentos e
emoções inferiores que embotam a visão dos seres humanos materializados para a
necessidade da busca do bem-estar social e da felicidade interior. Em resumo, o
não acompanhamento do desenvolvimento espiritual face ao científico provoca o
desequilíbrio ambiental e social que predomina na realidade atual da Terra.
Mas o amor de Deus constrói o
belo edifício da Criação Universal em perfeitas leis que não permitem que
nenhuma centelha divina de vida fique de fora dessa morada. O momento de
transição pelo qual a Terra passa é o início da mudança desse padrão de
pensamento e comportamento da humanidade. Já a algum tempo tem vindo para a
dimensão material consciências que já despertaram para a necessidade urgente de
revisão do status quo, empreendendo elas mesmas novos padrões, nos quais impera
o equilíbrio e o bom-senso perante à realidade da temporalidade da vida humana
e do iminente retorno de todos à pátria espiritual. Essas almas despertas nadam
contra a correnteza e, nesse esforço heróico, atraem a atenção daqueles que
estão a um passo de compreender que, se se mantiverem no curso atual, cairão no
imenso despenhadeiro à frente. E somente à custa de muito sofrimento
conseguirão voltar, não sem antes levar muito tempo para tal.
Dentro desse equilíbrio e
bom-senso está contida a idéia de que deve ser colocada em prática uma nova
proposta para o necessário concomitante crescimento dos valores morais e
espirituais face aos avanços científicos. As filosofias e religiões que prerrogam
a exclusividade dos meios de acesso a Deus, apesar de terem exercido suas
funções a contento no passado, em cenários distintos do atual, hoje em dia
colaboram mais para a separação do que para a união de todas as consciências
perante Deus. Criam-se, muitas vezes sem o perceber, bandeiras a serem
defendidas que estimulam sentimentos egoístas e atitudes competitivas entre
irmãos que deveriam cooperar entre si dentro de um objetivo comum que é o
alcance da felicidade verdadeira através da reconexão com sua essência divina.
A mensagem de amor de Deus sempre
esteve presente no planeta, trazida de tempos em tempos pelos representantes do
Cristo Planetário, a entidade responsável pela evolução de toda a vida na Terra.
Cada um desses representantes adaptou essa mensagem da melhor forma possível
para a compreensão de cada cultura em particular, todavia sem nunca perder a
sua verdadeira essência que é a do amor divino representado pela prática do
amor ao próximo e da indicação do caminho para o encontro a Deus dentro de seu
próprio coração. No entanto, as trevas da ignorância humana sempre
providenciaram o enclausuramento desse conhecimento dentro de estruturas
institucionalizadas de domínio de uns sobre muitos, sob a égide do prazer fugaz
e egoísta proporcionado pela sensação de (falso) poder.
Na atualidade, urge que se
recupere essa mensagem de amor universal dos avatares do Cristo e se a
reproduza de forma idônea e indistinta. A nova era na qual o planeta adentra
requer um novo modelo de compreensão espiritual, o Universalismo Crístico, que
permita às consciências reconectarem-se a Deus sem a necessidade de
instituições e líderes religiosos que assumam a função de intermediários de
Deus. Essa relação com o Pai/Mãe Maior tomará outra direção, a da redescoberta
da essência divina interior, único lugar onde pode-se encontrar a verdadeira
felicidade, cuja principal característica é ser permanente, não ter fim. A
religiosidade do planeta, por sua vez, se transformará em uma rede global de
espiritualidade, a qual será alimentada pela luz produzida por todas as
interseções ou nós dessa rede, representadas pelas individualidades conscienciais
existentes, todas plenamente integradas, vivendo independentemente e, ao mesmo
tempo, como células constituintes do grande organismo de Gaia, o planeta Terra
vivo.
Cabe a cada um de nós escolher
nosso caminho: ficar parado esperando a queda, ou seja, contribuindo com a
nossa ignorância perante às Leis Universais para que o mundo permaneça sendo
degradado até que uma força superior execute uma limpeza revigorante para
proporcionar a continuidade da vida no mesmo, levando a tudo e a todos que não
contribuírem para essa medida salutar; ou cooperar desde já para a criação de
um novo mundo, assim como muitos já estão o fazendo, onde a Luz iluminará a
todos que estiverem em sintonia com a frequência de expansão da Criação
Universal, tendo o planeta Terra, fervilhante de vida, como palco para a
manifestação de seu amor puro sincero, única fonte da verdadeira imorredoura
felicidade.
UCNF
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