Vivemos
num mundo onde as prioridades das pessoas quase sempre passam exclusivamente
pela sobrevivência. E a amenização do sofrimento gerado por essa luta inglória geralmente
é buscada na satisfação exagerada dos sentidos materiais, através do
consumismo, da gula, da sensualidade e sexualidade, entre outros vícios.
Mesmo
que muitos busquem algo a mais, como um preenchimento intelectual para suas
mentes através de estudos e da apreciação de algumas artes, isso ainda não é
suficiente para que se quebre o círculo vicioso da dor no qual a nossa simples
existência nessa dimensão e a consequente inserção no sistema econômico-social
nos impõe.
Se
não nos é possível viver plenamente felizes e satisfeitos - ou seja, em última
análise, sem dor – além, evidentemente, de buscarmos minimizar esse efeito, podemos
concluir que somos automaticamente convidados a refletir sobre o porquê de a
nossa realidade estar configurada dessa forma.
Tanto
se fala de Deus, de anjos, de um céu de felicidades após a morte para quem for
“bom”, mas por que ainda assim passamos tantas dificuldades? E, se realmente
existe alguma “energia universal” que a tudo permeia, como crer que ela age em
nossas vidas de forma positiva?
Talvez
o primeiro passo para tentarmos entender onde nos encaixamos nesse “caos”
existencial é procurar saber quem somos nós para nós mesmos. O autoconhecimento
permite que desvendemos as nossas reais necessidades internas no mais profundo
íntimo do ser, e não o que as pessoas, a família, a sociedade ou o mundo esperam
de nós ou nos dizem ser.
Essa
tentativa de se entender a vida partindo do lado “de fora” gera cada vez mais
dúvidas e nos deixa confusos, ansiosos, cansados e, principalmente estressados.
Isso acontece porque tentamos criar estruturas de bem-estar em propriedades que
não nos pertencem. É como se investir na melhoria de uma casa alugada. Você
pode até se sentir um pouco melhor durante um tempo, mas terá que sair dali um
dia, e aí terá que juntar dinheiro para começar tudo de novo, sempre, até se
estabilizar em algo que é verdadeiramente seu.
A
“casa própria” é o nosso verdadeiro Eu, nossa Alma, que é tudo aquilo que nós
somos excetuando nosso corpo físico, o qual podemos tocar e satisfazer de tantas
maneiras, porém sempre de forma temporária. Investindo no Eu, conhecendo as
mínimas características dele, estaremos trilhando um caminho onde as respostas
para cada dor nos serão dadas. Assim, o sofrimento irá diminuir aos poucos,
pois tudo que acontece terá sua causa conhecida. Ajudaremos a nós mesmos a
criar formas de lidarmos com cada desafio que nos é apresentado, e aos poucos
ganharemos força e confiança para seguir vivendo com um nível cada vez maior de
bem-estar.
Quando
passamos a encarar as coisas nessa perspectiva, queremos sempre mais, pois
descobrimos o caminho da liberdade e, consequentemente, da felicidade. E,
evoluindo nessa direção, não podemos conter a felicidade por muito mais tempo,
pois ela se extravasa. A energia se torna mais forte, mais intensa e
automaticamente se expande. É nesse momento que podemos ir “pra fora”, é quando
finalmente sabemos quem somos e desejamos que todos descubram quem são, por si
próprios, e também encontrem o caminho da felicidade. É o processo de consolidação
da união entre os seres e da unificação da humanidade como parte de um só
organismo vivo de Gaia, a Mãe-Terra.
Essa
concepção de vida parece nova para você? Pois saiba que ela foi ensinada por
todos os grandes mestres da humanidade de todas as religiões, das mais
profundas filosofias e até grandes artistas e cientistas. Todos, em diferentes
linguagens, adaptadas às diferentes culturas e aos períodos históricos,
tentaram nos ensinar que a felicidade é conquistada no amor incondicional que
sinceramente desenvolvemos dentro de nós. Mas, com o passar do tempo, muitas
pessoas, ainda perdidas em suas sombras internas, deturparam essas mensagens
com objetivos escusos e promoveram a segregação e a competitividade que tanto
mal fizeram a humanidade.
Muitas
pessoas hoje em dia, líderes com mente de vanguarda, trabalham fervorosamente
para contribuir com esse despertar coletivo. Mesmo dentro de suas religiões,
filosofias, meio artístico e científico específicos, buscam facilitar aos seus
seguidores e simpatizantes a compreensão da importância do universalismo existencial
e agregador de consciências. Portanto, atualmente, temos todas as facilidades
para redescobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos.
Por UCNF
(adaptado do texto do mesmo autor publicado originalmente no Jornal Século 21, Nº 138 de julho de 2013)
(adaptado do texto do mesmo autor publicado originalmente no Jornal Século 21, Nº 138 de julho de 2013)
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