Educar não é
tarefa fácil! Consiste em passar adiante ensinamentos morais, espirituais e
intelectuais que serão parâmetros para aquele ser, que está sendo educado,
poder viver harmoniosamente em sociedade. Para isso alguns artifícios são
utilizados: o diálogo, a conscientização, o castigo... Em cada momento e para
cada criança vai ser diferente. Teremos que utilizar métodos distintos para que
tenham o entendimento de importantes questões, como o amor e o repeito ao
próximo. Algumas se conscientizarão a partir de um simples diálogo, outras não.
Para estas o castigo pode ser um artifício para que não façam mal a outrem, não
pela compreensão, mas pelo medo de ser punido. Talvez seja esta uma etapa:
primeiro temo que um mal me assole para depois poder compreender que o que me
prejudica também prejudica o outro, desenvolvendo sentimentos de empatia e
altruísmo.
Consideremos
então que, na escalada evolutiva, somos todos crianças sendo educadas e que as
instituições responsáveis por nos educar são as religiões, a partir dos
ensinamentos dos grandes mestres que estiveram neste plano trazendo a luz. A
partir desta analogia podemos compreender a forma como as religiões atuais têm
nos educado e também compreender suas histórias.
No velho
testamento podemos diversas vezes observar um Deus rigoroso e punitivo, o que,
por vezes, nos causa um estranhamento. Porém, precisamos compreender que numa
época de guerras, dominação de territórios e pessoas, por espíritos enrijecidos
pelo ódio, não seria possível a compreensão de um amor fraternal. Aquelas
pessoas só poderiam ser freadas em suas atrocidades se temessem algo maior.
Dessa forma seus “males” eram vistos como castigo e a partir do medo e das
provas por que passaram foram construindo sua crença em um Deus único. O medo
aqui foi uma forma de submeter as pessoas à Lei, sem que ainda a
compreendessem. Podemos dizer que foi uma forma cega para deixar de cometer
aqueles erros. Esse fato possibilitou que mais tarde Jesus pudesse trazer
ensinamentos mais sutis, que pudesse falar de amor com toda simplicidade e
sabedoria, tendo a compreensão de muitos na época e perpetuando os ensinamentos
até os dias atuais. Com Jesus a educação já se dava através da compreensão das
leis divinas. Compreensão esta que se dá de diversas formas, de acordo com o
grau de evolução de cada ser. Cada um percebe da forma como lhe é possível, com
novas experiências e, novos entendimentos.
O mais
interessante é que o processo não é igual para todos. Existem espíritos vivendo
na Terra nas mais diversas etapas evolutivas. Muitos ainda precisam do medo
para deixar de cometer atrocidades ou ao menos para se portar de forma mais
digna. Outros conseguem ter alguma compreensão, mas ainda se prendem ao sentimento
do medo. E poucos, mas em número crescente, estão buscando compreender de
formas mais aprofundadas esse algo maior que nos rege. Há aqueles que caem no
erro de achar que estão no caminho certo, julgando irmãos e religiões como
atrasados e absurdos. Vejam que não podemos esperar que nossa crença precise
ser comum a todos. Cada um é diferente e está em uma etapa de todo o processo.
Cada religião tem grande importância nesse contexto e cada pessoa busca estar
em determinado templo de acordo com o que precisa para lhe alimentar a alma. O
medo da punição eterna ainda é importante artifício para muitos se sintam
seguros. Que possamos respeitá-los e entender que suas próprias religiões
também podem lhes dar subsídio para compreensões diversas. No entanto, todas
falam de amor e é aí que está o caminho que, enquanto humanidade, precisamos
trilhar agora.
Atentemos ainda
para o fato de que o pouco de compreensão que alguns de nós temos das Leis
Divinas é somente um pouco, é apenas um recorte da realidade. Cada religião faz
um recorte e cada ser o compreende da forma como lhe é possível. São processos,
todos necessários para a nossa evolução. À medida que estudamos e procuramos
agir com amor, caridade e compreensão, o medo vai perdendo espaço, até o ponto
de desaparecer. Que possamos não mais alimentar este sentimento quando já estivermos
nos candidatando a este estágio de evolução. Deixemo-lo passar! E que o amor
seja para com todos os irmãos, para lidar com aqueles que necessitam do medo e,
inclusive, para com aqueles que ainda acreditam não se submeter às Leis Eternas.
Em algum momento estes enveredarão pelo caminho do medo ou, quem sabe,
diretamente do amor, e para aqueles, tal sentimento não será mais necessário.
Que possamos respeitá-los e sermos exemplos, nos disponibilizando caso se faça
necessária a nossa presença.
Precisamos
desenvolver a paciência e o amor com nossos irmãos e a humildade com nós
mesmos. Aquilo em que creio não me faz
melhor do que ninguém. Somos todos filhos do mesmo Pai, buscando acertar. A
ignorância muitas vezes nos faz passar por caminhos tortuosos, mas que
certamente nos levarão a aprendizados e experiências necessários a nossa
constituição enquanto seres humanos. Não julguemos, pois, um irmão. Ele escolhe
o próprio caminho e passa pelo que lhe é necessário. Cada um de nós tem ou pode
ter a sabedoria sobre si mesmo.
Por UCNF
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