segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Medo: uma etapa na educação de crianças evolutivas

Educar não é tarefa fácil! Consiste em passar adiante ensinamentos morais, espirituais e intelectuais que serão parâmetros para aquele ser, que está sendo educado, poder viver harmoniosamente em sociedade. Para isso alguns artifícios são utilizados: o diálogo, a conscientização, o castigo... Em cada momento e para cada criança vai ser diferente. Teremos que utilizar métodos distintos para que tenham o entendimento de importantes questões, como o amor e o repeito ao próximo. Algumas se conscientizarão a partir de um simples diálogo, outras não. Para estas o castigo pode ser um artifício para que não façam mal a outrem, não pela compreensão, mas pelo medo de ser punido. Talvez seja esta uma etapa: primeiro temo que um mal me assole para depois poder compreender que o que me prejudica também prejudica o outro, desenvolvendo sentimentos de empatia e altruísmo.
 
Consideremos então que, na escalada evolutiva, somos todos crianças sendo educadas e que as instituições responsáveis por nos educar são as religiões, a partir dos ensinamentos dos grandes mestres que estiveram neste plano trazendo a luz. A partir desta analogia podemos compreender a forma como as religiões atuais têm nos educado e também compreender suas histórias.
 
No velho testamento podemos diversas vezes observar um Deus rigoroso e punitivo, o que, por vezes, nos causa um estranhamento. Porém, precisamos compreender que numa época de guerras, dominação de territórios e pessoas, por espíritos enrijecidos pelo ódio, não seria possível a compreensão de um amor fraternal. Aquelas pessoas só poderiam ser freadas em suas atrocidades se temessem algo maior. Dessa forma seus “males” eram vistos como castigo e a partir do medo e das provas por que passaram foram construindo sua crença em um Deus único. O medo aqui foi uma forma de submeter as pessoas à Lei, sem que ainda a compreendessem. Podemos dizer que foi uma forma cega para deixar de cometer aqueles erros. Esse fato possibilitou que mais tarde Jesus pudesse trazer ensinamentos mais sutis, que pudesse falar de amor com toda simplicidade e sabedoria, tendo a compreensão de muitos na época e perpetuando os ensinamentos até os dias atuais. Com Jesus a educação já se dava através da compreensão das leis divinas. Compreensão esta que se dá de diversas formas, de acordo com o grau de evolução de cada ser. Cada um percebe da forma como lhe é possível, com novas experiências e, novos entendimentos.
 
O mais interessante é que o processo não é igual para todos. Existem espíritos vivendo na Terra nas mais diversas etapas evolutivas. Muitos ainda precisam do medo para deixar de cometer atrocidades ou ao menos para se portar de forma mais digna. Outros conseguem ter alguma compreensão, mas ainda se prendem ao sentimento do medo. E poucos, mas em número crescente, estão buscando compreender de formas mais aprofundadas esse algo maior que nos rege. Há aqueles que caem no erro de achar que estão no caminho certo, julgando irmãos e religiões como atrasados e absurdos. Vejam que não podemos esperar que nossa crença precise ser comum a todos. Cada um é diferente e está em uma etapa de todo o processo. Cada religião tem grande importância nesse contexto e cada pessoa busca estar em determinado templo de acordo com o que precisa para lhe alimentar a alma. O medo da punição eterna ainda é importante artifício para muitos se sintam seguros. Que possamos respeitá-los e entender que suas próprias religiões também podem lhes dar subsídio para compreensões diversas. No entanto, todas falam de amor e é aí que está o caminho que, enquanto humanidade, precisamos trilhar agora.
 
 
Atentemos ainda para o fato de que o pouco de compreensão que alguns de nós temos das Leis Divinas é somente um pouco, é apenas um recorte da realidade. Cada religião faz um recorte e cada ser o compreende da forma como lhe é possível. São processos, todos necessários para a nossa evolução. À medida que estudamos e procuramos agir com amor, caridade e compreensão, o medo vai perdendo espaço, até o ponto de desaparecer. Que possamos não mais alimentar este sentimento quando já estivermos nos candidatando a este estágio de evolução. Deixemo-lo passar! E que o amor seja para com todos os irmãos, para lidar com aqueles que necessitam do medo e, inclusive, para com aqueles que ainda acreditam não se submeter às Leis Eternas. Em algum momento estes enveredarão pelo caminho do medo ou, quem sabe, diretamente do amor, e para aqueles, tal sentimento não será mais necessário. Que possamos respeitá-los e sermos exemplos, nos disponibilizando caso se faça necessária a nossa presença.
 
Precisamos desenvolver a paciência e o amor com nossos irmãos e a humildade com nós mesmos. Aquilo em que creio não me faz melhor do que ninguém. Somos todos filhos do mesmo Pai, buscando acertar. A ignorância muitas vezes nos faz passar por caminhos tortuosos, mas que certamente nos levarão a aprendizados e experiências necessários a nossa constituição enquanto seres humanos. Não julguemos, pois, um irmão. Ele escolhe o próprio caminho e passa pelo que lhe é necessário. Cada um de nós tem ou pode ter a sabedoria sobre si mesmo.
 
Por UCNF

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