A insegurança geralmente é vista, abordada em tratamentos
psicológicos e tratada como algo patológico. Nos tratamentos clássicos, dessa
vida apenas, ela é entendida como algo que surgiu na infância. Nos tratamentos
que lidam com a Reencarnação, como uma característica que nasceu com aquela
pessoa, advinda de vidas passadas. Mas não se fala sobre o que ela é, por que
assim se manifesta, o que significa. E é sobre isso esse texto.
A insegurança
é um atributo de um Ego forte ou um Ego fraco? E o que é um Ego forte ou fraco?
Quais os critérios que norteiam essa definição?
Sob quais pontos de vista pode-se dizer que um Ego é forte ou é fraco? E
uma pessoa insegura, apresenta um Ego forte ou fraco? Sempre se considerou que
a insegurança é atributo de um Ego fraco, mas será mesmo? Precisamos, então,
considerar duas coisas:
1. O que é um Ego forte ou fraco?
2. Sob que ponto de vista isso é assim definido?
Para isso,
precisamos lembrar quem somos, de onde viemos e onde estamos. Quem somos? Um
Espírito. De onde viemos? Do Plano Astral superior. Onde estamos? No Plano
Astral inferior. Evidentemente, esse texto sendo escrito por um autor que
acredita na Reencarnação, abordará esse estudo sob esse enfoque. Entenda-se
Espírito como uma Consciência, Plano Astral superior como o período intervidas
e Plano Astral inferior como a Terra.
O que é
ser forte? Pelos critérios espirituais, ser forte é ser amoroso, gentil,
delicado, altruísta, generoso, desapegado de si, pensar mais nos outros do que
em si, não querer sobrepor-se aos demais, não ser vaidoso, orgulhoso,
autoritário, não querer ser chefe de nada, querer ser igual aos outros, tratar
os demais como quer ser tratado, não fazer o que não quer que seja feito para
si. Todos esses atributos são de um Ego fraco, obediente ao seu Espírito, aos
seus Mentores Espirituais, a Deus. E as pessoas de Ego forte são, ao contrário,
egóicas, egocêntricas, egoístas, irritadas, impacientes, agressivas,
autoritárias, competitivas, querem sobrepor-se aos demais, querem dominar,
querem mandar, querem ser melhores, almejam ser superiores. Evidentemente,
entre esses dois polos existem inúmeras graduações, tanto para um extremo como
para o outro. Digamos, para exemplificar, um Chico Xavier representando as
pessoas de Ego super-fraco e um Hitler, os de Ego super-forte.
Aqui na
Terra, quem são os “vencedores”? Quem são os “fortes”? Quem são os primeiros
nas competições mundanas? Os de Ego forte. Quem são os inseguros, os medrosos,
os tímidos? Os de Ego fraco. Então vejam: os de Ego forte são um “sucesso” aqui
na Terra e ao chegarem no Astral superior são encaminhados para os Grupos de
Estudos dos autoritários, dos vaidosos, para entenderem essa sua ilusão. Os de
Ego fraco, frequentemente, é um “fracasso” aqui na Terra e ao voltarem para
Casa, são recebidos com alegria, congratulações, parabenizados pela sua
coragem, de manterem-se fiéis aos valores espirituais durante o teste terreno.
Jesus
afirmou: "Bem-Aventurados os mansos porque eles possuirão a Terra."
E"Bem-Aventurados os pacíficos porque eles serão chamados filhos de
Deus". Precisa dizer mais? Os mansos e os pacíficos, aqui na Terra, são
inseguros, medrosos, tímidos, retraídos. Por quê? Se eles são espiritualmente
superiores aos “fortes”, aos agressivos, por que se sentem assim, fracos,
inseguros, às vezes até deslocados, aqui na Terra? Porque aqui predomina um
sistema de vida masculino e, ainda pior, no mau sentido, no que o masculino tem
de pior, na agressividade, luta e competição, enquanto que lá no Astral
superior, predomina um modo de vida feminino, no que ele tem de melhor, no
amor, suavidade e gentileza. Por isso, os Espíritos mais inferiores aqui na
Terra se sentem melhor e os mais superiores, sentem-se mal. Os primeiros
sentem-se em casa, os outros, deslocados.
Mas quando da volta para nossa Casa verdadeira, os mansos e pacíficos
sentem-se em casa e os vaidosos, competitivos e egóicos, sentem-se deslocados,
até (e se) entenderem essa sua ilusão, baseada em um nível ainda inferior de
evolução espiritual.
Por isso
esse texto, para que as pessoas que se sentem inseguras, fracas, que sentem
medo, que são retraídas, mais caladas, que não querem competir com os demais,
que não querem parecer ou ser mais que os outros, que não desejam vitórias
materiais, reconhecimentos egóicos, sucessos materialistas, comecem a pensar se
são realmente menos que os “fortes”, os “vitoriosos”, “os que conseguem”, ou se
são mais (espiritualmente)? É importante que isso seja visto e entendido a
partir dos critérios que regem essa sensação, a de ser mais ou de ser menos.
Quem
trabalha com a Terapia de Regressão, sabe que as pessoas inseguras, medrosas,
tímidas, são assim há várias encarnações e faz parte de sua proposta de Reforma
Íntima, mudarem essa maneira de ser, por isso esse texto, para que essas
pessoas comecem a enxergar-se e a enxergar os demais e seu entorno social como
deve ser visto, com a clareza necessária para que coloquem nos pratos de sua
balança, de um lado os valores que possuem, verdadeiros, espirituais, eternos
e, do outro, os valores definidos e apregoados como “assim que devemos ser”,
“assim são os vencedores”, “esses os valores pelos quais devemos lutar e
alcançar”.
Como dizia
Gurdjief, o Espírito ao reencarnar entra em uma espécie de hipnose da qual,
geralmente, só liberta-se ao desencarnar e retornar ao Mundo Espiritual. Essa
hipnose, fortemente alicerçada e reforçada pelas mídias, faz com que a maioria
das pessoas queira ser como foi decidido que devemos ser, como priorizaremos
proceder, o que vamos querer, o que iremos almejar, onde queremos chegar. As
classes inferiores (do ponto de vista social) lutando para sobreviver, a classe
media lutando para ascender na pirâmide, a classe alta lutando para aí
manter-se, uma grande parcela da população trabalhando em qualquer coisa que
oportunize isso, chegando a casa, cansados dessa luta diária, não querem
pensar, querem apenas descansar, ligar a televisão e ver o que acontece por aí.
E o que acontece por aí? O que a televisão mostra, de acordo com seus critérios.
E quais são esses critérios? Os que atraem a audiência. E o que atrai a
audiência? O não pensar, o deixa pra lá, o não quero-me-incomodar, o que está
na moda, o que dá na novela. Pois isso é o que vende. E por que é o que vende?
Porque uma enorme parcela da população foi viciada em televisão, esse é o maior
vício atualmente, competindo com o vício na Internet. Existe algo de bom na
televisão? Sim, mas não vende. Existe algo de bom na Internet? Sim, mas poucas
pessoas acessam. A televisão vende o fútil, o supérfluo, o imediatista, a
Internet vende “a comunicação” entre as pessoas.
O que isso
tem a ver com a insegurança? Tudo. Como se sente um menino que não é bom de
bola, que nunca será craque? E uma
menina que não é magrinha, que nunca
poderá ser manequim? Um adolescente espiritualista, calmo, que não gosta de
bagunça, de gritaria, que gosta de ficar em casa, lendo? E um adulto que não
quer ser chefe, não quer ser rico, quer apenas levar uma vida tranquila,
honesta e digna? Uma pessoa velha que está fora de moda, que dizem que está na
melhor idade, mas não se sente assim?
Certa
ocasião atendi uma moça que afirmava ser muito insegura, medrosa, tímida,
retraída, estudava Enfermagem, gostava de frequentar Centro Espírita, que
queria tratar isso. Percebi que estava diante de um Espírito acima de media,
que no Mundo Espiritual estaria fazendo o maior sucesso, mas que aqui se achava
um fracasso… Notei que falava com admiração de sua irmã, que, ela sim, era
bonita, popular, desembaraçada, conseguia o que queria, vários rapazes aos seus
pés, ao passo que ela era feia, sem criatividade, poucas amigas, ninguém se
interessava por ela. Perguntei a ela
como era sua irmã, internamente? Disse-me que era muito egoísta, autoritária,
tinha ataques de raiva, só pensava nela. Fiquei um tempo observando-a,
escutando o seu relato, pensando: Como é que pode um Espírito superior achar-se
menos do que um Espírito inferior? Só na Terra mesmo… Em seguida, pedi a ela
que pegasse uma folha de papel que lhe alcancei com um traço vertical,
separando-a em duas partes, onde, acima, eu havia escrito VOCÊ e na outra parte
A SUA IRMÃ. Pedi a ela que colocasse na sua parte os valores verdadeiros, do
ponto de vista espiritual, ou seja, os valores morais, éticos, eternos, e fizesse
o mesmo na parte destinada a sua irmã. E a deixei sozinha por um tempo. Ao
retornar, vendo que ela havia terminado a tarefa, e estava chorando, muito
emocionada, pedi que me alcançasse a folha de papel e vi que na sua parte a
lista era bem grande, com quase duas dezenas de qualidades, enquanto que na
parte de sua irmã, não passava de duas… Então lhe perguntei: Fulana, quem é
superior, você ou sua irmã? E como um Espírito realmente acima da média me
respondeu: ”Somos iguais, apenas eu me recordo dos valores verdadeiros e ela os
esqueceu.”
POR CARLA: TERAPEUTA HOLÍSTICA