Muitos buscam no exterior algo que não encontram dentro de
si. Querem sempre estar no lado de fora, procurando por algo que preencha seu
vazio interior. Desejam completar a parte perdida de si próprio, causada pela
crença de que não é possível preencher-se apenas de si mesmo, e assim se
condicionam a pensar: para que eu esteja inteiro falta em mim a parte que me faz
feliz...
Por que muitos pensam que a felicidade é a conquista do que
não se tem? Por que muitos colocam a felicidade como uma meta a ser batalhada?
Por que a felicidade é vista como algo tão distante da nossa realidade, que
apenas com milagres é possível obtê-la? O que é a felicidade? De onde ela
nasce, e quanto tempo ela vive em nós?
A felicidade é um estado de prazer momentâneo ou duradouro,
fácil de se obter, mas também fácil de perder; devido aos padrões negativos que
adotamos. O que nos distancia da felicidade são as exigências que impomos para
que ela venha fazer parte de nossas vidas. Desse modo, a condição torna-se o
abismo entre nós e a felicidade tão almejada. Preenchemos então essa distância,
com os “se’s” dos desejos que correspondidos nos farão felizes: - Serei feliz
se tiver isso ou aquilo; se eu for assim, se as pessoas me amarem dessa
maneira, se eu for aceito, se eu for bonito ou bonita... São tantas as
condições que impomos para estarmos felizes que apenas nos resta o vazio de ser
alguém insatisfatoriamente preenchido.
O fato é que olhamos para a felicidade com uma grandiosidade
que na verdade ela não tem. Engrandecemos a felicidade a tal ponto que nos
tornamos muito pequenos para abraçá-la. E assim, ela se torna algo maior que
nós, além de nós... Dificultando ainda mais a nossa interação com esse
sentimento.
Ser feliz é um ato simples, se partimos do principio que a
felicidade é um estado de plenitude que nasce de um aprendizado
satisfatoriamente vivido e absorvido. A felicidade esta inteiramente ligada à
capacidade de aceitação e adaptação às diversas situações ao longo da nossa
vida. Nesse sentido somos felizes quando nos entregamos de coração a
experimentar qualquer circunstância, absorvendo do momento o melhor que ele é
capaz de nos dar.
O estado de felicidade requer flexibilidade, aceitação e
amor incondicional. Requer também a concentração nos fatos presentes ao invés
de enaltecer os sonhos que nos fazem olhar em direção a um futuro incerto. A
felicidade requer preparo e cuidado com o nosso corpo e com os nossos
pensamentos. Pois, temos que estar bem, para então atrair situações felizes.
A felicidade não é um direito concedido a aqueles que
possuem méritos, que nascem em berço de ouro ou que aparentemente não possuem
problemas a serem resolvidos. Ser feliz é algo inato do ser humano, desde que
este esteja livre do ego que predispõe condições para se ter felicidade.
A pseudo-felicidade conquistada por meios mesquinhos se
dissolve com o tempo, pois devemos acreditar que as realizações verdadeiramente
felizes vão além de nós, ao nosso próximo, beneficiando aqueles que estão ao
nosso redor. Entendamos que todos os momentos felizes geram alegria e luz a se
irradiar pra todos os seres.
Valorize e aprenda a eternizar os momentos felizes. Se
acreditarmos que a felicidade é coisa rara, é porque não percebemos que para
sermos felizes temos que nos libertar de tudo aquilo que acreditamos ser
necessário para se obter a felicidade. Porque ser feliz é uma consequência
gerada pelo amor sereno, pacífico e desprendido a tudo que nos dedicamos em
nossa vida!
Por UCNF